Uma das coisas que mais gosto de fazer nessa vida: fuçar lugares.
No Complexo, lugar é o que não falta pra isso. Até porque, já fuçei a Maré inteira.
Me encontrei com os integrantes de um grupo cultural chamado Descolando Idéias e alguns amigos, entre eles participantes do "Parceiros do RJ", um projeto do RJ TV.
Na Joaquim de Queiroz, que costumo chamar de "já histórica", pegamos nossas garrafinhas de água, demos um abraço no Guilherme, gerente do Santander Alemão, e subimos.
Mais íngrime que o Cantagalo.
Dia lindo, a visão que tivemos do alto do morro foi, como a visão de todo alto de morro carioca, incrível.
Um dia, lá na frente, morar na favela vai ser caríssimo. Se os sócios da RJZ Cirella forem lá, vão desistir de construir prédio em São Paulo.
Passamos por alguns pontos turísticos, ao menos pra nós. Lajes onde traficantes vigiavam amplos trechos da comunidade, trilhas na mata, uma cruz que não foi derrubada por policiais porque dois padres se abraçaram a ela, a trilha que os traficantes usaram para fugir no dia da ocupação, a Cufa, o lago, muitos lugares.
Não sabia disso, mas o Complexo tem vegetação abundante e faz frente com a Floresta da Tijuca em muitos quesitos. Seria um ótimo lugar pra trilhas e caminhadas ecológicas.
Encontramos uma cápsula de 7.62. Depois outra, depois outra, depois 10. E duas moedas de 1 real. Com as quais compramos sacolé, na descida do morro.
Sol forte, mas e daí.
Estávamos livres, num lugar lindo, celebrando principalmente a liberdade de andar num território antes proibido. Isso dá uma sensação de cidadania, rapaz, que nem dá pra explicar.
Aquele lugar não é mais do Tota, do FB, do Pezão. É meu. É seu. É de quem chegar.
Que dure pra sempre.
Depois de subir todas as ladeiras, e dar uma volta inteira, descemos pra comer churrasco na casa de Nathalia.
Nathalia podia ser minha filha. Concluímos isso debaixo de sol forte. Eu vejo na Nathalia um futuro pro Complexo. Sinto o mesmo pelos outros.
Todos desse grupo se doam muito. Se entregam muito em seus propósitos.
Comemos pra caramba. Acho que comemos por quase 3 horas seguidas. Toda produção de carne bovina do Uruguai estava lá.
Até tem. Mas não como o que tínhamos. Daqueles que você come direto na tábua, fica com as mãos cheias de linguiça, Coca-Cola no balde, farofa, êta porra.
Conversamos muito, nos divertimos com histórias, sonhamos.
Quem quiser ir na próxima, eu aviso.
Sonhar é preciso e para fazer tornar realidade basta apenas de pessoas com força de vontade e outros que apóiem a idéia, estamos juntos amigo!
ResponderExcluirSou carioca e hoje moro em Floripa, que tem geografia parecida.
ResponderExcluirEstou escrevendo para dar parabéns a você, Anderson, que mostra que o Rio é feito por quem está atrás dos prédios e das bundas de Ipanema.
Valeu, Cezar