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domingo

Tapa na Pantera.

Maconha.
Particularmente, penso que, se existem pessoas dispostas a passar por tudo que passam para garantir o direito de fumar um enroladinho, é porque, no mínimo, esse enroladinho deve ser bom bagarái.
Mas, vamos falar de direitos, não do enroladinho.
Afinal, mesmo sendo proibido por lei federal, não adianta nada. Geral fuma.
Acontece que - essa é minha opinião - assim como qualquer tema que envolvam liberdades e direitos individuais nesse país, a maconha, ou o direito de usá-la, precisa ser discutida seriamente, o que não acontece no Congresso, e não pode acontecer no Judiciário ( como aconteceu com a união estável entre pessoas do mesmo sexo ), porque o objeto da discussão seria juridicamente nulo - já que é tipificado como ilícito penal.
Daí, temos o furdunço. Maconheiros de um lado, felizes, relaxados, mas putos da vida porque não podem comprar em tabacarias, legalmente, fumar com tranquilidade, ou mesmo plantar sem medo de serem felizes; e do outro lado temos: a sociedade desinformada, pouca ou nenhuma informação científica confiável, deputados cagões, as leis, etc. Fora a indústria do álcool, do tabaco, e, também aplicados à esse caso: Bolsonaro e Malafaia, que não perderiam isso por nada.
Mas, no caso da Marcha da Maconha de ontem, em São Paulo, acredito que houveram excessos e precipitações.
Primeiro, que a sociedade não entende a causa. Portanto, é muito provável que se oponha à Marcha. Não houve diálogo com a sociedade sobre o tema e, na verdade, é complicado fazê-lo, pois é preciso certa coragem para suportar os efeitos da exposição. Depois, que a PM de São Paulo não brinca em serviço. Sabemos disso. Desde a OBAM, eu penso que o significado da palavra "pragmatismo" encontra seu refúgio mais seguro e cruel nas fileiras das milícias paulistas. Exemplos não faltam. Carandiru é o que me vem na mente agora, mas teriam outros.
Portanto, a PM de SP baixa a madeira na rapaziada. Diferente da PM do Rio, que - tô chutando - talvez fosse menos dura. Até porque, Tartaruga Touché é menos tensa que o colega Alkmin em alguns temas.
Ou porque aqui no Rio o foco é outro.
E também houve excessos, ou pelo menos, cafonices desnecessárias por parte dos seguidores de Marley. "Abaixo a repressão" é um clichê brabo, pior que qualquer jargão de Zorra Total. Não tem repressão não. Tem é falta de argumento, de idéias, de projeto. A máquina repressiva do Estado vai reagir pró-forma.Tá na lei, mané. Caozô, malandro ripa. Bezerra já dizia.
Parece que a rapaziada não tinha muita clareza do que estava fazendo ali, e qual seria a reação num processo de choque e crise.
Em suma, gastaram os 3 minutos de fama repetindo gritos de guerra obsoletos, estranhos, e perderam uma chance.
Lembra do Planet Hemp?
Fizeram um barulho danado. Fizeram também a discussão avançar alguns centímetros.
Acho que, ao invés de Marchas em ruas, conflitos físicos e porradaria generalizada, a batalha deveria ser bárbaramente travada no campo das idéias.
Somente.
E garanto, que no campo das idéias, a rapaziada da erva leva vantagem sobre a força.
Tomara entendam isso.
E eu não fumo. Nem me preocupo quem fuma.
Minhas preocupações hoje são outras. As consequências do tráfico nas comunidades pobres.
Tenho as minhas teses. Mas, tudo, tudo, pode ser resolvido na idéia.THC, digo (rsrs) FHC defende isso.
Puxa forte, prende, e queima a mufa. Não só o beck.
Uma idéia boa, muda o mundo.
 

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