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quinta-feira

O numero de mulheres no tráfico dobrou em 10 anos, analisa Rodrigo Pimentel.

Em Natal, entrevistando uma das maiores traficantes locais.

Em matéria no Bom Dia Brasil, Rodrigo Pimentel comenta a crescente entrada de mulheres no tráfico de drogas.

Luna, modelo carioca, de classe média e bem relacionada, esquartejada e morta por traficantes, revela não apenas a vida dupla que ela levava, como traficante, mas a presença cada vez maior das mulheres no crime.

Mais discretas, organizadas e sociáveis, não despertam suspeitas. Além de serem menos violentas, reservando essa parte ainda para os homens.

Em Natal por exemplo, algumas conduzem suas vendas como se vendessem Natura ou Avon, numa competência comercial de fazer inveja a muitos economistas. Mantém suas famílias, investem em imóveis e até abrem negócios para sair do crime.

Mostrei isso nas postagens que fiz visitando as favelas em Natal, querendo conferir, clique aqui.

Bom dia Brasil
O número de mulheres usadas pelo tráfico de drogas tem aumentado. Há pelo menos 28 mil mulheres presas no Brasil, sendo que 65% delas com ligação direta com o tráfico. Nos últimos dez anos esse número tem dobrado. Então, existe uma dinâmica nova. São mulheres, quase todas com relações afetivas, com namorados, que já pertenciam à atividade do tráfico.
Video do Bom Dia Brasil e Matéria na Integra



Conheça o caso de Luana
Corpo encontrado na Favela da Rocinha pode ser o da jovem Luana

Em mais de sete horas de buscas, a polícia localizou ossos que podem ser humanos, além de uma sandália e um tênis feminino.

O tráfico tem novas mulas. Pessoas que se venderam aos traficantes para vender drogas. É o novo desafio da Segurança Pública no Brasil. Uma informação que o nosso comentarista Rodrigo Pimentel conseguiu com exclusividade.

As novas mulas do tráfico de drogas no Brasil são pessoas insuspeitas: taxistas, motoboys, e principalmente, mulheres.

Mulheres como a que você vai conhecer agora: o caso de Luana, que mobiliza a polícia do Rio de Janeiro. Ela era modelo. Guardava e distribuía drogas a mando de traficantes da Rocinha.

Nesta quarta (29), os policiais localizaram um corpo, no alto do morro, que pode ser o dela.

Jovem, bonita e acima de qualquer suspeita: Luana Rodrigues, de 20 anos, tinha, segundo as investigações, tudo o que o tráfico precisava para transportar drogas entre as favelas cariocas sem ser revistada pela polícia. Modelo e amante do surfe, Luana foi vista pela última vez no dia 9 de maio em São Conrado, bairro da Zona Sul do Rio, perto da Rocinha.

Ela saiu da casa dos pais dizendo que iria até a favela. Os policiais estão certos de que a modelo tinha envolvimento com o tráfico. Ela e a amiga Andressa de Oliveira, de 25 anos, também desaparecida, foram vistas juntas no mesmo dia pela última vez. Os celulares das duas jovens também sumiram, mas isso não atrapalhou a apuração do caso.

Segundo investigadores, a modelo falou com 16 pessoas antes de desaparecer. A quebra do sigilo telefônico foi autorizada pela Justiça. A polícia diz já ter identificado os assassinos.

De acordo com a Divisão de Homicídios, Luana e a amiga foram mortas porque teriam perdido uma quantidade de haxixe, encomendada pelo tráfico. Os investigadores têm cinco mandados de prisão contra os acusados pelo crime. Entre eles, o mandante das mortes, que, segundo a polícia, é o chefe do tráfico da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e o ex-namorado de Luana, que também seria traficante.

“Foi assassinada em virtude do sumiço da droga. Os traficantes, ao cobrar onde estava a droga, ela disse que teria desaparecido simplesmente da casa dela”, declarou Felipe Ettore, delegado da Divisão de Homicídios.


Na tarde desta quarta-feira (29), 130 policiais, com a ajuda de um carro blindado, percorreram a mata na Rocinha. As buscas foram concentradas na região da Cachopa, parte alta do morro, com base em informações passadas para o Disque-Denúncia. No caminho havia registros da violência. Cães farejadores deram apoio para tentar localizar o lugar onde possivelmente Luana e a amiga poderiam estar enterradas.

Em mais de sete horas de buscas, a polícia encontrou ossos que podem ser humanos, além de uma sandália e um tênis feminino. O laudo da perícia deve ser concluído em 30 dias. O resultado pode dar pistas sobre o local da execução.

“No decorrer da investigação nós soubemos que o corpo foi esquartejado e enterrado em vários pedaços na mata para dificultar a localização. Se confirmado que é ossada humana, confirma-se que de fato era um local usado para execuções”, completa Felipe Ettore

segunda-feira

Vâmo Kombinar?

Moro na Zona Norte, Ilha do Governador.
Aqui rola uma precariedade no transporte público. Apesar de o 3o maior IDH do Rio estar na Ilha, quase todo mundo anda de Kombi.
Materia do conteúdo transmidia para a revista colaborativa Empty, que divulgo.
Enjoy.

Política de Segurança - Beltrame e a busca por transparência no projeto das UPPs

Vale muito a pena ler, entrevista raçuda feita por @reporterdecrime com José Mariano Beltrame.  Aplaudo de pé.
Do Blog Repórter de Crime de O Globo 
Monitoramento midiático é uma parte do marketing que tem ajudado a salvar a pele de muita gente na iniciativa privada e no setor público. Com o desenvolvimento das redes sociais na internet tem empresa faturando com um serviço de "clipping"* que mantém o cliente informado sobre sua imagem online. Uma hora depois que eu fiz no Twitter uma crítica à postura do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que se recusara a conversar "off the records" ** comigo - após a entrevista coletiva que deu sobre a ocupação policial da Mangueira, num quartel do Exército - a assessoria de imprensa do governo do estado organizou no Twitter uma entrevista coletiva com internautas sobre as Unidades de Polícia Pacificadora. Eles poderiam enviar suas perguntas para o perfil do governo com a "hashtag" (a palavra seguida do símbolo #) "SecBeltrame". Na minha crítica afirmei que o secretário Beltrame está fazendo um bom trabalho, mas precisa dar a ele um pouco mais de transparência pública...ENTREVISTA COMPLETA >>> AQUI

domingo

Ocupação da Mangueira

O telefone toca preciso às 4:30 da manhã de sábado, 19 de junho.
Na linha, a jornalista Cecília Olliveira, especialista em segurança pública, autora do blog Arma Branca.
Fomos cobrir a ocupação da última comunidade que pertence ao "cinturão de segurança do Maracanã".
Nos encontramos no Centro do Rio, uma hora depois. Muito embora soubéssemos qual seria o provável roteiro da ocupação, sempre existe uma margem para cogitarmos um imprevisto. No táxi, deliberamos sobre isso.
Vários acessos fechados no entorno da Magueira. O taxista entra no retorno para a Marechal Rondon, sentido Centro, e nos deixa a 500 metros da Escola de Samba Mangueira (Foto).
Seguimos andando por este viaduto de acesso e, de cara, percebemos 3 helicópteros.
Particularmente, considerei uma medida excessiva e cenográfica. Se a situação estava sob controle, não vejo porquê acordar os moradores com o ruído ensudercedor das turbinas dos helicópteros,
Essa fumaça nas proximidades da Rua Ana Neri não foi comentada por ninguém. Confesso que tive até receio de publicá-la. 

Foi a primeira vez que acompanhei uma ocupação com minha Sony HX1, semipro, mas limpinha. Todos em volta de mim usaram bazucas Canon, Kodak, Nikon. Lentes com cilindros do comprimento do meu braço.
Andamos pela principal rua de acesso e o que eu vi foram ruas vazias. Apenas um bêbado na rua, camisa do Olaria, gritando: "Coé, da Globo, eu que sei do bagulho." Na verdade, ele, Cecília e eu éramos o público mixo para a ocupação empombada.
Mas vi, em suas casas, moradores assutados, nas janelas e varandas e, deles, não tirei foto.  Alguns com velas acesas nas janelas, imagens de Nossa Senhora, calados, quietos, o que lhes restava: uma oração aos pés da cruz, diante de mais uma novidade que o futuro dirá a que veio.
Vários razantes. Fiquei na mira do CORE e do BOPE até gastar a vista do Sniper. Passavam, e passavam, baixo. Se eu levantasse a mão, ficava maneta. 
Alguma imprensa presente, 10, 12 jornalistas da mídia impressa e uma equipe de filmagem da Globo, com seus coletes azuis. Caminhavam de um lado para o outro. Passaram também dois tanques na Marinha, tão rápido que parecia racha. Depois, não vi mais nenhum.
Trocamos conversas com alguns jornalistas, havia poucas informações sobre onde-quem-que horas.
Então, decidimos entrar na Mangueira. Na rua vazia, olhei pro alto da favela, respirei, e fui.
Sorte minha que nessas horas Cecília é macho pra caramba. Entra nas vielas, sem suar uma gota.

Encontramos esses dois Bopeanos na primeira rua. Por um momento, achei que eles iam embaçar nossa subida, para o Parque da Candelária, caminho destemido que fizemos por dentro, e não pelo asfalto, como todos da imprensa fizeram.Não falaram nada, eu também, fui em frente.

Metade do caminho, essa foto é no alto de um escadão, meia hora de subida. Haja perna.
Já quase no final do caminho, desse ponto dava pra ver a cor dos olhos dos policiais nos helicópteros. E uma visão incrível da Tijuca.

Trupe de fotógrafos e jornalistas (Cecília de mochila), que estavam, alguns, acompanhando homens do Bope, outros, procurando por informações.
Nesse ponto, um destacamento de homens do BOPE aguardavam a chegada de outros policiais. Mais ao norte, o Marco Zero, a caixa d´água onde foi  fincada a bandeira.

Após subir na caixa d´água, descer, subir de novo, fritar até 10 da manhã e descobrir que Beltrame não subiria na favela, mas daria uma coletiva "lá embaixo", decidi que minha missão já havia sido cumprida. Cinco horas, 200 fotos, algumas conversas com homens do Bope e 4 bananadas depois, resolvi descer.
Fato que, no local, você ouve e troca muita informação valiosa. Mas isso, já uma outra história.
Voltei pra casa refletindo em algumas coisas que por  muito tempo ainda não irei compartilhar.
Fiquei com uma sensação "meia-boca" nisso tudo. O que me traz um sentimento de que já vi essa novela no Rio. Queira Deus que eu esteja errado.
Essa semana, volto lá, dessa vez no Centro Cultural Cartola, para conhecer os focais e tentar mobilizar pessoas em torno de algum projeto.
Afinal, a vida real acontece no hiato compreendido entre um holofote e outro.